QUADRADO

O ouvido alheio é sempre bem-vindo. Foi assim, hoje! Então, durante as manias do meu pensar, investi euforicamente um momento. Dessa maneira a balzaquiana que considero tanto, escutava o delírio sobre os quadrados. Na verdade o que eu pretendia dizer é que os tais quadrados eram, ou melhor, são caixas feito baús. Todavia, o tamanho não é desmedido de um para outrem, pois o peso depositado ali das confidências duradouras jamais devem ser liberadas e até mesmo, emancipadas. Caso contrário, todo o empenho será em vão. Seria esse o desejar mais sincero? Talvez... contudo, nossas vontades nunca perpetuam e na diminuta veleidade desse gosto, o tempo torna-se implacável para demonstrar o preço da decisão. Bom, pra deixar mais clara à passagem dos pensamentos filosóficos, cada qual expôs sua vivência e a cada fruto concebido dessa caminhada, os ensinamentos explodiram em atenção e cautela. O tempo parou. O tempo sempre para. Porém, penso eu que o ato de ouvir nem sempre pode ser alcançado a tempo e, resolvi escrever. Por sorte, ou na obliquidade desse acaso, a intensidade desse dia equivale ao segundo dia da lua em sua fase de cheia taça e as energias se movimentam. Senti que muitas ventanias ainda estariam por vir. E, certo sopro proposital disse: Viver é assim e o mundo tudo ensina. Nessas quase quarenta e três primaveras vividas, ainda me questiono onde fica esse tal mundo ladino. Talvez se localize mais próximo da alameda gelada que busquei, após uma zanga e perda do teto acolhedor e caloroso. Ou, no pão duro e bolorado ofertado por outrem para diminuir um pouco a fome. Ui, que ensinamento carregado. Por isso que o ato de aprender é tão difícil. Mas, volto novamente às caixas. Parece-me que agora elas são construídas diariamente e acumulam-se velozmente lado a lado, uma em cima da outra, canto a canto. Até cogitei abrir uma pra ver no que dá. O infortúnio dessa abertura delineou, revolta. Puta azar, meu! Deveria etiquetar a dita cuja. E há tempo hábil pra lembrar-se desse detalhe? Não. Feito o ato, percebi que era hora de deter a produtividade de tal artefato. Todavia, concentrar forças e abrir todas de uma vez seria imprudência, pois a boa vontade acendeu! Mas, a coragem, ainda não. 

JRA ( o poeta da verdade).

Comentários

  1. Querido Amigo Giba!!Caixas...as famosas caixas...o que comentar sobre essas caixas?
    Eu senti uma imensa vontade no decorrer da leitura de correr em seu auxílio e dizer não abra!
    Deixa-as bem longe de voce e nem sequer retire o pó.
    Felizmente voce não as abriu!

    By Ana Andrade

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pela presença Nina, Ana Andrade... então, rs sou curioso e teimoso e a rápida abertura de uma delas, causou um baita reboliço... imagina se invento de abrir as demais rs... sai de perto rs!

      Excluir
    2. Giba...Giba...posso não estar por perto para impedir...
      Portanto menino teimoso e curioso não bra as outras caixas!!
      Já sabe o que contém lá dentro!!!
      Beijo com carinho meu querido "Amigo"
      Ana Andrade

      Excluir
  2. Boa tarde soldado do amor...
    A curiosidade, nos ajuda
    a desvendar os mistérios da vida.
    Mesmo que nos traga surpresas desagradáveis
    Faz parte da arte! rs.
    Abraço, querido amigo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. ô, saudade da tua palavra, abençoada Mangela... sua visita é sempre muito bem-vinda. Fique, bem...

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

CATIVAR